“Sem o poder público nós pulamos no poço achando que tem água dentro dele, mas quebramos o pescoço e morremos”, afirmou Antonio de Carvalho Souza, agricultor familiar integrado à cadeia da palma de óleo no Brasil.
Durante o Talking de Responsabilidade Socioambiental na Palma de Óleo ele cobrou apoio do poder público, em especial dos Municípios. Confira o vídeo aqui: https://www.facebook.com/abrapalma.org.1/videos/563486871075872/
Belém, 25.10.2019
Aconteceu hoje (25), no Laboratório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Belém, importante reunião com participação de pesquisadores, agentes da ONU, setor financeiro, pequenos e grandes produtores de óleo de palma, sindicato e associações. O objetivo da Abrapalma, que liderou a iniciativa, foi alinhar o entendimento de partes importantes sobre a dimensão e extensão da responsabilidade do setor produtivo para com seus fornecedores, parceiros e compradores.
Roberto Yokoyama, que preside a associação brasileira, deu as boas vindas com uma mensagem de otimismo. “Temos tudo para fazer diferente, para fazer melhor e indicar ao mundo um caminho mais sustentável para a produção de óleo de palma”, afirmou.
Na ocasião, a Abrapalma exibiu seu mais novo vídeo institucional, que trouxe uma mensagem de esperança quanto à capacidade do setor colaborar positivamente para a redução de Gases de Efeito Estufa (GEE) pela produção de biocombustível. Para Roberto, “o futuro da palma é promissor!”.
Alfredo Homma, pesquisador da Embrapa dedicado ao tema, enfatizou a gravidade das “Fake News” agrícolas. São notícias que geram desinformação, por exemplo, sobre o faturamento dos pequenos produtores e dos agricultores familiares.
“Parece reinar entre nós alguns mitos que precisam ser desconstruídos. Estamos em franco processo de “despecuarização” para “agriculturização” na Amazônia brasileira, movimento presente em praticamente todos os Estados da região. E a quem interessa disseminar informações falsas ou truncadas para tumultuar essa ruptura de paradigma?!”, questionou o pesquisador.
Ele chamou a atenção para a necessidade de se fazer dois embates em regime de urgência, sendo um no campo técnico e outro no campo político. “A academia e os setores privado e público precisam dar as mãos para superar antigos mitos, e mostrar ao mundo que é possível aliar desenvolvimento à sustentabilidade”, ressaltou.
Inquieto e instigador, também lançou alguns questionamentos: “Quando faremos a transição florestal? A Dinamarca, por exemplo, esperou ultrapassar 90% de áreas desmatadas para pensar em recomposição. E no Brasil, quando faremos a transição florestal?”. Para Homma, lamentavelmente, a Amazônia ainda vai arder por mais umas duas décadas. Quem sobreviver, verá!”, finalizou, e apontou a necessidade de investimentos robustos em pesquisa, ciência e tecnologia como alternativa capaz de preservar a floresta e garantir o desenvolvimento da região.